Irmão de peixe, peixe é.


















O nome patronímico é da classe dos nomes evocativos. 

Ele imprime individualidade à marca de produtos que precisam comunicar expertise. Categorias como moda e comida precisam desses nomes.  O nome do “patrão” na marca é um tipo de apelo à autoridade que imprime individualidade, evocando know-how humano, alguém que está em contato direto com a produção, cuidando dela. 

O nome do dono, além da reputação e da tradição, traz um elemento humano reconfortante e retorna a forma mais primitiva das marcas, do compromisso pessoal do "fornecedor".

A Hering é um das 25 marcas mais valiosas do Brasil e uma das mais antigas empresas brasileiras. Foi fundada pelos irmãos Bruno e Hermann Hering. 

Hering em alemão que quer dizer arenque, daí o logotipo com dois peixinhos, simbolizando cada irmão. 







Nomes Desviados



Para Chevalier (2007), quando um fabricante de perfumes coloca um elemento imaginário para o nome, pode parecer natural. Mas no caso da Apple, isso representou inovação, pois era um meio dominado por nomes frios ou siglas, como IBM, por exemplo.

Os nomes desviados, como Apple, trazem os valores semânticos da palavras conhecida, levando essa carga semântica para outra categoria de produtos.

Expliquemos melhor adotando o que Carrascoza (2008) denomina de ready-made, como aquele feito por Duchamp. Na criação de nomes deslocados, sendo redundante, desloca-se uma palavra de seu ambiente natural para outro ambiente, como Duchamp fez com seu urinol.

Itaú é nosso exemplo clássico de nome deslocado, quase um paradoxo, afinal somos o único país do mundo que tem um banco com nome indígena.  Fica claro que são de ambientes distintos, um “natural” outro “econômico". Ele descreve muito bem o ready-made, levando a carga semântica da palavra Itaú que quer dizer "pedra preta" de um ambiente para  outro.

As japonesas viraram havaianas.











O design das sandálias Havaianas é de origem oriental. Tem como referência uma típica sandália de dedo, “as japonesas”, usadas pelos agricultores e feita de palha de arroz (por isso a textura das sandálias reproduz pequenos grãos), e muito usadas no Brasil. Até hoje algumas senhorinhas chamam suas sandálias, de japonesas.

As "japonesas" feitas de borracha viraram Havaianas. Seu nome toponímico, foi inspirado no Havaí, lugar de sol, mar e férias. O nome foi considerado ideal, já que a sandália é para o uso em países de clima tropical, deixando os pés à mostra, sem perder o vínculo toponímico das japonesas.

Está na lista das 25 marcas brasileiras mais valiosas do Brasil e cada vez mais internacional.

Toponímico? Que é isso?







Casas Bahia é uma "homenagem" aos imigrantes nordestinos que haviam se mudado na década de 70 para a região do ABC, em são Paulo, em busca de trabalho na indústria automobilística. 

Os "baianos" foram logo percebidos pelo astuto Samuel Klein, que fundou a empresa aumentando a variedade de móveis e colchões, produtos demandados por esse público. 

Como se refere ao lugar, é um nome toponímico, da classe dos evocativos.

Na Bahia, a marca Casas Bahia só chegou em 2009, com a inauguração da primeira loja em Salvador, após 40 anos de história "baiana".