Entrevista com quem deu o nome BlackBerry










Folha - O que uma marca espera quando solicita um trabalho como o seu?
Placek - As empresas sabem que o mercado é competitivo e que o nome da marca é o princípio da personalidade dela, é o que chama a atenção dos consumidores. As empresas vêem o nome como estratégia. O nome de uma marca é estratégico para o sucesso dela. Você não está criando uma palavra, mas um pedaço de propriedade intelectual que a companhia terá. O nome é a única coisa que não podem tirar de você. Podem até mexer com cores, padrões, logotipos, mas o nome é o pedaço da propriedade que você pode proteger pelo tempo que durar o produto. Bons nomes, bem construídos, representam vantagens nas estratégias competitivas.

Folha - Como você chegou ao famoso nome BlackBerry?
Placek - Nas pesquisas iniciais que fizemos, falávamos com as pessoas sobre e-mail. E percebemos que, quando se fala de e-mail, a pressão sangüínea das pessoas sobe. Se você é um executivo, recebe milhares de e-mails por dia, incluindo lixo. Nós queríamos criar algo que pudesse deleitar os consumidores. E não queríamos algo que tivesse o nome e-mail, porque sabíamos que a tendência era a tecnologia começar a combinar e-mail, telefone, mensagens de texto. Queríamos algo que tivesse flexibilidade. Aí apareceu na lista o nome BlackBerry.
A letra b tem um som que exprime confiança. Preto [black] é uma cor industrial, tecnológica. Berry [cereja] é fácil de pronunciar. Não é reconhecida ao redor do mundo, mas é uma parte reconhecível em várias línguas.

Folha - Quanto custa nomear uma marca?
Placek - Geralmente, nossos projetos variam de US$ 50 mil a US$ 150 mil. O preço mais alto significa uma pesquisa com consumidores ao redor do mundo. Em relação aos gastos que a companhia vai ter para começar, é uma porcentagem bem pequena.

Daniela Arrais
Folha Online
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u484251.shtml

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